Johann Otto Louis Niemeyer ou mais conhecido como Louis Niemeyer foi diretor da Colônia Dona Francisca, atual Joinville, entre o periodo de 1860 à 1873.
A partir de sua camera retratou inúmeras fotos da antiga Colônia Dona Francisca, algumas até famosas. Podemos afirmar que foram as primeiras fotos que foram registradas de Joinville.
Conheça também…
Encomenda de D. Pedro II
Em 1866, a pedido do Impedor do Brasil D. Pedro II, foi solicitado que produzisse um conjunto de 18 fotos para retratar a vida na Colônia Dona Francisa, com o título Vistas fotográficas da Colônia Dona Francisca.
O álbum após finalizado pertenceu à Coleção Dona Thereza Cristina Maria (esposa do imperador) e hoje pertence da Fundação Biblioteca Nacional. Ela foi uma das fundadoras do portal.
São fotografias de casas, de engenho de açúcar, de ruas, de igreja e também de imigrantes identificados em suas profissões como engenheiro, negociante, administrador e engenheiros.
Os registros de Niemeyer tiveram como objetivo de mostrar a vida na colônia e enfatizar como uma espécie de brado de “nós conseguimos”, proferido em uníssono pelos imigrantes da Colônia Dona Francisca.
Album – Colônia Dona Francisca
Originalmente eram 18 imagens, porém oito foram furtadas em 2005 da Biblioteca. Uma foi recuperada em 2012. As fotos foram apresentadas na Exposição de História do Brasil, inaugurada em 2 de dezembro de 1881, na Biblioteca Nacional, organizada pelo seu então diretor Benjamin Franklin de Ramiz Galvão (1846 – 1938).
14 Fotos de Joinville em 1866



Igreja Católica



Engenho de Açucar do Duqe Aumale

Residência de Sr. Aubé


Residência de Ottokkar Dörffel


Residência Sr. Jordan

Residência de Sr. G. Hasse (negociante)

Residência Sr. Richlin (sapateiro)

Engenheiro A. Wunderwald

Rua do Principe

Pode baixar o albuem em pdf. (clique link abaixo)
Fotógrafo Pioneiro de Santa Catarina
Segundo o Instituto Cultural Brasileiro (ICBRA) na Alemanha e do Instituto Goethe Inter Nationes de São Paulo foi criado uma lista dos “Fotógrafos alemães no Brasil do século 19”.
Fotógrafos:
- Revert Henrique Klumb
- Augusto Stahl
- Franz Keller-Leuzinger
- Johann Otto Louis Niemeyer
- Augusto Riedel
- Alberto Henschel
- Pedro Hees
- Otto Hees
- Jorge Henrique Papf
- Karl Ernst Papf
- Albert Richard Dietze
- Albert Frisch
- Guilherme Liebnau
- Rodolpho Lindemann
- Maurício Lamberg.
São nomes que se tornaram paradigmas da arte fotográfica brasileira da época imperial. Portanto seu nome hoje, consta como o pioneiro de fotografia no estado de Santa Catarina no século XIX, na época do Império.
Esses homens tinham como missão realizar o registro fotográfico no período Imperial. Eles registraram diferentes pontos e regiões, entre outros, de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Amazônia, São Paulo, fotografando pátios, igrejas e mosteiros, flora e fauna,escravos, colonos e caboclos, retratos para álbuns de família, cachoeiras, índios, pontes, fachadas de prédios, o trabalho nas minas, membros da aristocracia e mesmo o imperador Dom Pedro II, num inusitado registro sócio-histórico-etnográfico.
O que ficou são documentos que registraram o Brasil num momento peculiar e único e desta forma conseguiram construir uma ponte fantástica entre duas culturas tão diferentes – apota curador da exposição de fotos – Karp Vasque.
Guardião das Sementes Imperiais
Em 1867, Frederico Brüstlein, administrador da Colônia Dona Francisca, solicitou a Louis Niemeyer que trouxesse de sua viagem ao Rio de Janeiro sementes das palmeiras imperiais existentes no Jardim Botânico.

Em 1873, as mudas de 56 palmeiras foram transplantadas para o local. Desde sua implantação, a Alameda Brüstlein passou por diferentes alterações de traçado, trânsito e sentido propostas por gestores, arquitetos, paisagistas, artistas e pesquisadores.
Genealogia
De acordo com um artigo publicado no O Atibaiense sobre uma comemoração da família Niemeyer, Louis Niemeyer seria do ramo da família de Hannover, na Alemanha. Em torno de 1790, um general membro da família que fazia parte da Casa Real de Hannover se casou e teve 10 filhos. Um deles teria emigrado para Portugal, onde se casou e teve por filho Conrado Jacob Niemeyer, que teria vindo com a esquadra de d. João VI ao Brasil. Aí teria começado o ramo do Brasil da família Niemeyer, da qual Louis faria parte (O Atibaiense, 13 de outubro de 2010).
Fontes
- Blumenau em cadernos, março de 1982
- Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional
- KOSSOY, Boris. Dicionário histórico-fotográfico brasileiro: fotógrafos e ofício da fotografia no Brasil (1833-1910). São Paulo: Instituto Moreira Salles, 2002. 408 p., il. p&b.FERREZ, Gilberto;
- FERREZ, Gilberto;NAEF, Weston J. Pioneer photographers of Brazil: 1840 – 1920. New York: The Center for Inter-American Relations, 1976. 143 p.
- FERREZ, Gilberto. A fotografia no Brasil: 1840- 1900. Prefácio Pedro Karp Vasquez. 2. ed. Rio de Janeiro: Funarte, 1985. 248 p. (História da fotografia no Brasil, 1).
- VASQUEZ, Pedro Karp. Dom Pedro II e a fotografia no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho: Companhia Internacional de Seguros: Ed. Index, 1985. 243 p.
- http://brasilianafotografica.bn.br/?tag=johann-otto-louis-niemeyer
- https://www.dw.com/pt-br/fot%C3%B3grafos-alem%C3%A3es-no-brasil-do-s%C3%A9culo-19/a-500987
1 Comment